Cesárias!!
Toda vez que as gestantes transformam instintivamente a sua sensibilidade em iluminação do nascimento, tendo esperança ‘na sua dor e nos seus gritos’ passam a se converter em ‘infecção social’. “É difícil lidar com essas nordestinas”, diz a lepra moral hospitalar.
Ordenasse a todas lavarem constantemente a via fluvial com um tampão impregnado de álcool e vinagre o que as preservaria da enfermidade social e ao mesmo tempo iria acostumá-las à discrição, à dependência insana e ao silêncio.
A inconsciência, o cabeça, o obstetra adverte as mulheres-mães que o caos deve ceder espaço à desordem autoritária: “a partir de hoje, vocês aprenderão a dar à luz dentro da subversão hospitalar. Até agora, vocês tem dado à luz de acordo com os costumes, os valores e as atitudes de cada uma, libertinagem resultante dos desejos instintivos e sensitivos de vocês, mulheres-mães.
Um pouco ao azar, segundo o arbítrio de cada qual, por assim dizer, cada uma cedendo-se ao capricho dos ciclos úmidos lunares, especialmente à lua nova e à lua cheia, procurava a parteira ou a Mãe d’Umbigo quando seria muito mais fácil fazer a criança nascer pelo prazer da lógica da ciência indigesta, pela lógica da máquina, interferindo no trabalho de parto, interferindo nas contrações uterinas, rompendo períneos ou estourando bolsas e suturando cesáreas.
Vocês fazem os bebês nascerem de uma maneira muito desorganizada. Um nasce no rio, outro por aí, aquele sobre a areia, outro na calçada, este em casa, libertinagem pura. Mas, felizmente, essa confusão dos nascimentos naturais será administrada pela minha razão religiosa.
A partir de hoje, terão uma única forma de dar à luz. Haverá uma linha de produção abominável de nenês com mês, dia e hora marcada. Segundo meu capricho, vocês se submeterão à desordem de uma lista negra. Todas as gestantes chegarão às cinco da matina no dia marcado e receberão uma senha. Esperarão até chegar o seu número, a sua vez. Eu só faço os ‘partos abomináveis’ dois dias por semana, das seis até cinco da tarde, nessa maternidade particular. Alienar-se e entregar seu corpo para ser dividido, almejando um ‘bem nascer’. Isso é o principal!
Sob tal obediência, gozarão do meu favor e da minha salvação. Assim, vocês terão mais cuidado com as ideias pouco razoáveis de libertinagem, dando vazão aos seus sentimentos, às alegrias espirituais, com a iniciativa das pequenas febres, reivindicações que podem engendrar grandes questionamentos e revoltas a favor dos nascimentos transcendentais energéticos e espirituais em casa no seu devido tempo.
Eu lhes concedo a salvação, a saúde, osilêncio, a desordem de sua natureza e a absoluta injustiça. Não lhes peço agradecimentos, pois o que eu faço por vocês é muito natural. Porém, exijo sua colaboração incondicional. Meu trabalho nos partos abomináveis, reducionistas e sintéticos já começou!”
Dentro dos Porões dos
Hospitais Particulares e dos
Hospitais Públicos
O Universo Trágico da
Tortura Obstétrica e do Parto de Ferro;
As mutilações psíquicas e físicas sofridas pelas
Mães d’Água e pelas gestantes civilizadas,
Mulheres-mães, na
Evolução dos nascimentos nas
Instituições do SUS ou nas
Maternidades Privadas.
Partos Abomináveis e Mutiladores
Em Oferta! Pague e Leve:
Cesárias! Episiotomias! Curetagens a
Sangue Frio! Abortos!
Estupros nas Universidades de Medicina!
“uma lepra social”
As verdades são duras
como diamantes,
mas também delicadas
como as mulheres-mães e as
Mães d’Água amazônicas...
Aqui, abordamos alguns relatos de Mães d’Água e mulheres-mães com o intuito de sensibilizar os membros da profissão médica cosmopolita, contra tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, e para chamar a atenção sobre o número cada vez maior de pessoas acometidas pela síndrome de tortura, “uma lepra social” resultante da violência obstétrica moderna.
Caso 1ª - C.A., 56 anos
Ficar deitada na cama de ferro o tempo todo sem poder me mexer. Ah! É horrível! Quando vim por aqui, por São Paulo, tive que ganhar a coroinha no hospital. Ganhei meus dois primeiros coroinhas na minha terra; do terceiro em diante ganhei no hospital. Eu achei horrível, horrível, sabe. Pronto, vou morrer! Falei ainda para o médico: doutor, me deixa descer da cama. Ele disse: não, C.A, não pode porque tem que ser assim. Meu Deus, acho que vou morrer mesmo aqui.
Eu sentia muita dor porque estava deitada e amarrada. Nessa posição, não tem jeito de se movimentar. Aqui, nos hospitais, não perguntam nada e nos fazem sofrer mais, mais e mais. Você se agarra no ferro, na máquina de parto, onde te cortam. Se segura onde puder, onde se achar lugar para se segurar. Lá não tem Mãe d’Umbigo nem outra pessoa para nos segurar e nos amparar espiritualmente. Era uma paisagem aterradora essa sala de coração frio.
Comentário:
É uma descrição angustiante de uma mulher-mãe pronta a dar à luz. Ela se encontrava amarrada na mesa ginecológica, pedindo para que a deixassem descer.
“Não pode”, foi a resposta que ela recebeu, exatamente como diz a Declaração Internacional dos Direitos do Homem: “ninguém será submetido à tortura”.
Caso 2ª - Lu, 50 anos
No hospital, foi triste. Eu ganhei, no total, sete brotinhos, dos quais ganhei dois no hospital. Esses dois que ganhei no hospital foram terríveis. Eu passei muito medo. No final, fiquei transtornada.
Quando cheguei a São Paulo, ganhei a C. Ah! Foi triste! Fui ao hospital com uma dor terrível. Fiquei fazendo hora em casa porque me haviam avisado que aqui era diferente. Me disseram: olha, Lu, aqui é diferente. No hospital, não vai ficar caminhando como em tua casa. Aqui é diferente. Mas eu respondi: a dor é minha e eu não vou suportar sentada ou deitada. Mas aqui é diferente - voltavam a insistir. Insistiam que deveria tomar cuidado para sair tudo bem.
Aí, eu fui para o hospital. Quando eu saí de casa, eu já estava com sinal de sangue e água. Falei para mim mesma - agora começou o sinal de sangue. O brotinho está se encaixando, ele vai começar a descer.
Quando cheguei ao hospital, o médico disse que o “neném” ia nascer logo. Aí, me mandaram deitar. Queriam de qualquer jeito que ficasse deitada. Eu perguntei: mas para que essa cama? A enfermeira disse: você deve ficar deitada. Pensei - eu não vou ficar deitada, eu não vou ficar deitada, nunca vi isso. Ah! A gente fica doida! A gente fica transtornada! Ficar deitada não, minha filha, não vão me segurar aqui. Aí, ela disse que tinha que obedecer porque eram ordens médicas.
Fiquei magoada. Estava sentindo dor, sozinha, longe de todos meus parentes. Eu só queria ter meu filho, mas sentia que estava sendo castigada. Eu não queria deitar. Nunca tive filho deitada. Tirava forças do fundo da alma para que eles me ouvissem.
Me colocaram na cama à força. Pensei em levantar, mas minhas forças já não estavam mais comigo. E eu com todo esse peso no corpo. Eu achei triste. Achei horrível. Choro de raiva, de muita raiva. Eu senti muita dor e nervoso. Não tenho palavras para transmitir o que eu senti naquele momento. Tive que ceder e ficar deitada com toda essa dor. Desde aquela época, ando sentindo dor de cabeça todos os dias e quando fico contrariada dói muito mais. Nunca falei nada para ninguém, sempre escondi esse horror.
É insuportável relembrar tudo o que o brotinho e eu passamos. Ele não sabe nada do seu nascimento, e ele, também, é uma pessoa doente.
Comentário:
“Sob meus cílios fechados de dor, meus olhos estavam sendo atravessados por imagens de fogo. Chorei de raiva, nunca falei nada para ninguém....” Atualmente, no Brasil, a tortura obstétrica possui mais adeptos na classe médica que se diz civilizada.
Subestima-se o direito da mulher-mãe renascer e fazer nascer, tiram dela o seu direito de escolha. Então, entra o jogo da racionalidade - bisturis, agulhas, anestésicos. E assim, castigam o fundo do ventre e os contornos do períneo.
Amedrontar, atemorizar, intimidar, quebrantar,
ralar, demolir emocionalmente, agir com
violência e truculência.
“Quando fui para a última consulta antes do parto, a médica me disse: vou sair de férias. Se por acaso a bolsa estourar em minha ausência, você ficará desamparada, angustiada e sozinha. Seria melhor fazer cesárea hoje mesmo, hoje! Sim, para evitar problemas posteriores. Se você esperar a bolsa estourar (sinal de encaixe da criança na via fluvial), de repente isso poderia acontecer em casa, no meio da rua, dentro do carro, e a criança poderia acabar nascendo no meio do caminho. Seria um caos!
Eu estava entrando ainda no nono mês de gravidez. As palavras da médica me apavoraram, me atemorizaram. Por uns instantes permaneci em silêncio. Fiquei tão assustada que resolvi aceitar fazer a cesárea nesse mesmo dia. Minha criança nasceu bem fraquinha, com dois quilos e meio. Senti-me enganada e decepcionada”. S.P., março, 2014.
Por que o delinquente acadêmico procede como carrasco?
Enquanto a coerção fria e os
tormentos desumanos são
praticados, suas falácias elegantes e
arrogantes fecham os olhos e
entopem os ouvidos das
meninas-mulheres, das
Mães d’Água e das mulheres-mães.
Ainda assim, quando a
civilização burocrática se
omite, é mil vezes mais abominável
porque essa omissão machista é mais
aterrorizante e hedionda que o
próprio tema do horror consciente civilizado.
Desde Hipócrates, as regras para a conduta éticamédica no mundo ocidental sempre foram teoricamente bem objetivadas. Diante da complexidade multiétnica, da confusão econômica, da tecnologia supervalorizada, do mundo globalizado, das guerras e das catástrofes naturais, o antigo juramento hipocrático deveria ser reavaliado, atualizado ou esquecido porque ele não condiz com a realidade.
Basta lembrar que nenhum dos juramentos euroindígenas foi cumprido em relação aos povos originários da Terra sem Males. Palavras e palavras, as quais foram levadas pelo vento, pois jamais impediram que as mulheres nativas fossem enlaçadas, violentadas e torturadas por haverem alcançado a sua transcendência, que o digam suas tataravós e suas avós. Então, como impedir que inúmeras meninas-mulheres, Mães d’Água e mulheres-mães civilizadas sejam submetidas a torturas obstétricas?
Em todos os estados brasileiros se tem notícias de práticas abomináveis, de tratamentos obstétricos cruéis e desumanos, porém, curiosamente, eles sempre deixaram de fazer parte dos processos judiciais. Hoje, parecem estar acordando dessa letargia civilizada. Talvez, mais tarde, quando a faca de dois gumes se voltar contra os burocratas e os médicos, se adotem medidas legais e práticas que compensem moralmente e economicamente as vítimas da tortura obstétrica. Nada nos impede sonhar com tal proeza.
Essa epidemia obstétrica envolve a profissão médica porque, sem dúvida, a educação, a formação médica e a tecnologia farmacológica colaboram para que o delinquente acadêmico proceda como um carrasco. Quando o(a) médico(a) colabora com a tortura obstétrica, impõe o terror ideológico e institucional.
O que motivam os maus tratos?
Algumas hipóteses:
-
O(a) médico(a) impõe dores físicas às mulheres-mães que por uma causa ou outra sofreram abortos espontâneos ou provocados para não se sentir cúmplice do “assassinato” de uma “criança”.
-
Usa seu conhecimento e seus materiais para que as “mulheres” de etnias diferenciadas aprendam a não ser criminosas e vagabundas!
-
Porque interferem no “horário de descanso” do(a) médico(a) ao chegarem no hospital às 2 ou 3 horas da madrugada para serem atendidas.
-
Porque treinam estagiários(as) para transformá-los(las) em repugnantes torturadores(as).
-
Pelo custo benefício.
Por que as mulheres-mães não denunciam?
Algumas hipóteses:
-
sentem-se culpadas e acham que devem pagar pelos seus ‘pecados’;
-
o doutor é visto como um deus, como pai que pode puni-las;
-
por medo, pois o carrasco acadêmico pode mais que elas; ele tem o poder acadêmico da escolha.
Por essas e por muitas outras razões as denúncias não são formalizadas. Hoje, mulheres-mães estão começando a mudar seus comportamentos e a vencer barreiras invisíveis.
7. Torturas físicas e psicológicas. Os maus tratos estão representados nas seguintes práticas distorcidas:
-
tortura física: privação da anestesia para a realização de curetagem a sangue frio;
-
tortura física: realização de Episiotomia sem o consentimento da mulher-mãe;
-
tortura física calculada como as manobras distorcidas de Kristeller, com o uso das mãos, do joelho, do cotovelo, as quais podem provocar traumas no fígado, baço, etc;
-
tortura psicológica: isolamento, separação, ameaças de denúncias, discriminação étnica, humilhações, incitamento de sentimento de culpa, vivências de desencadeamento de emoções de angústia, vulnerabilidade, ansiedade;
-
pressão psicológica: recorre-se amplamente às macabras manobras distorcidas de Kristeller na presença de outras mulheres como enfermeiras obstetras, assistentes. Para complementar essa brutalidade, separam as Mães d’Águas de suas crianças, gerando dor e transtorno.
Tipos de procedimentos obstétricos
É bastante óbvio que o problema desse prazer confuso e ambíguo merece mais reflexão e precisa de concentrados esforços para investigações. De modo geral, é possível detectar dois tipos de torturadores:
- o tipo ventral
- o tipo períneo-genital
-
O tipo ventral
Este grupo está representado tipicamente por obstetras eloquentes. Suas falácias elegantes e arrogantemente autoritárias despertam convencimento nas mulheres-mães (ver: Tortura Psicológica) para a realização de cesáreas, cirurgias abomináveis, sem nenhuma necessidade fisiológica e de outros movimentos anulatórios na área diafragmática.
Primeiro, levam as futuras mulheres-mães ao desespero, ao limite de uma regressão infantil. A exteriorização da fraqueza e da fragilidade materna cria condições favoráveis para sua covarde manipulação, tendo em mente a questão custo-benefício. Nessa regressão sádico-ventral-diafragmática, os técnicos medíocres se sobressaem por sua conduta agressiva - amedrontam, atemorizam, intimidam e quebram a identidade materna.
A anulação da mulher-mãe na área diafragmática se realiza através das manobras distorcidas de Kristeller - movimentos bruscos com os cotovelos, joelhadas, murros no ventre, explosões de cólera e ofensas verbais.
O recheio desses ataques de brutalidade são sempre os insultos, os quais sempre se vinculam com a origem étnica da Mãe d’Água e da mulher-mãe, considerada “inferior” à do delinquente acadêmico.
-
O tipo períneo-genital
O toque genital e o corte no períneo
“Vou-me divertir com as mulheres” – é uma expressão comum entre os estudantes de medicina quando partem para a especialização em ginecologia.
Examinemos um tipo diferente de torturador-estuprador. A sua conduta sádica se associa, em geral, à área períneo-genital. Sua conduta sádica se caracteriza, principalmente, por sua crueldade prazerosa. Surge com perfil autoconfiante como um semideus.
É totalmente frio ao realizar o toque vaginal, não demostra nenhuma angústia quando age em prol do seu sádico prazer. Num segundo momento, para poder descarregar completamente sua agressividade, pensa não arriscar nada ao rasgar o períneo da mulher-mãe, principalmente se ela é primípara. Aferra-se aos signos visíveis de seu status, o jaleco branco e a instituição.
Ele tem um grupo de colegas que participam, em fase de treinamento ou profissionalmente, de estupros ou violações coletivas. São brutais e brincalhões com os órgãos sexuais femininos, proferindo uma série de palavras obscenas com conotações sexuais ou carícias sexuais.
Reich (1926) já descrevia que “a jactância fálica se observa com mais frequência em aqueles que tratam de lutar contra uma intensa angústia de castração, mediante a acentuação de alguns objetivos fálicos...”. Neste caso, vão atacando agressivamente o genital demostrando sua autoridade para a castração.
Criam uma conduta abertamente agressiva e sádica, empregam dedos e bisturis para rasgar vaginas, bolsas d’água e períneos sem consultar a mulher-mãe.
Preeminência vaginal
As mulheres-mães se transformam em “presas” frágeis, indefesas quando o assunto é o ‘amor maternal’. Os obstetras delinquentes são torturadores covardes e fracos porque não tem em sua frente um ‘inimigo’ forte que lute de igual para igual.
Acomodando a vítima em posição ventral, as torturas se dirigem à vagina, pois eles possuem a informação de que ela é um órgão muito sensível. Seu instrumento favorito para as práticas sádicas é a extensão de seu próprio corpo, seus dedos.
Manipulada a vagina, não ficam rastros. A tortura, o suplício pode se repetir o quanto ele ou eles quiserem. Sua única reação cruel é a de que a mulher-mãe será a única prejudicada, ele(s) não.
Através do ‘toque sensual’, todo o corpo se contrai e entra em total cadência. As nossas entrevistadas revelaram que foram intimidadas e submetidas a ‘lavagens cerebrais’ para, então, sofrerem torturas na vagina.
A cultura, a energia e a espiritualidade do ventre feminino, nestas circunstâncias, estariam a serviço do ‘amor maternal’ e não a serviço da crueldade, da intervenção, do castigo e da vingança sádica do agressor obstetra.
O Parto Trabalhado ao Seco e ao Frio
A Pélvis Traumatizada e Angustiada Resiste
O parto deitado na mesa ginecológica
provoca frio na suprapúbica da Mãe d’Água.
Esse tipo de parto torna-se
lentamente angustiante, pois provoca pontadas.
A dor é afiada, seca e mecânica relatam elas.
A pélvis angustiada se fecha à nova vida.
Abrem-se caminhos para a
depressão pós-parto.
A rigidez fria toma conta de todo o
corpo da gestante.
Nessa posição, a pélvis endurece, se fecha e
não dá passagem a nenhum fluido.
A pélvis congestionada resiste, imobiliza a
mãe com a dor, e ela
passa a sentir dificuldades para respirar.
Podemos associar esse tipo de parto à
ponta de uma tesoura imantada
que atrai para si a
ponta de um alfinete.
A ‘tesoura’, a pélvis, resiste mecanicamente.
Esse mecanismo imantado
atrai a cabeça do embrião, mas
não a deixa passar.
A pélvis e o embrião, com grande poder de
magnetização, se atraem, se retem e se imobilizam.
Este mecanismo perverso oferece
pontas magnetizadas, afiadas e resistentes, e
geram um bloqueio energético perverso.
O bloqueio energético, por sua vez, provoca uma
congestão dolorosa no corpo da criança e da mãe.
É como dar murros em ponta de tesoura.
A criança é comparável à ponta do
alfinete que se afronta com a
ponta afiada da tesoura.
A dor se torna insuportável no pé da barriga.
Como a pélvis e a criança se atraem, o campo magnético é bloqueado.
Segundo os depoimentos e os relatos das Mães d’Água, a dor que se sente pela inversão energética da pélvis é algo brutal.
As Mães d’Água entrevistadas relataram as sensações de pavor, de aflição, de falta de ar. “Senti a minha criança se debater no pé da barriga, como se quisesse sair para não se afogar em águas profundas”. “Minha criança, ao invés de deslizar-se com as águas em direção às minhas pernas, subia ao peito e queria sair pela minha boca”.
O que essas Mães d’Água querem nos dizer a respeito do nascimento de suas crianças é muito significativo. A criança, no término da sua evolução, quando chega ao ponto crucial, o seu nascimento, chega a ser bloqueado mecanicamente numa posição incômoda, turbulenta e desgarradora para a mãe e de falta de ar para ela. ‘Se ela consegue atravessar, nasce preta, escura, de tanto tempo que ficou retida na porta para nascer, na posição ginecológica do parto’.
Como se percebe, quando o pequeno alienador, o obstetra, entra em cena para realizar o trabalho de parto, a ordem energética entra em colapso no ventre materno e a energia perversa estimulada pelo técnico medíocre atinge a plenitude.
O pequeno homem civilizado não possui os bens energéticos femininos primordiais para realizar o acompanhamento da mulher-mãe. O desconhecimento motivado pela ausência da ovulação, dos ciclos menstruais, por exemplo, que dão um grande poder de intuição e de instinto à Mãe d’Água faz o homem ser frio, calculista, medroso perante o poder de transcendência universal de atração energética do ventre feminino.
Nos partos horizontais, entram em atividade os mecanismos de ‘trabalhos de parto’, em evidência na atualidade, como os partos abomináveis, as cesáreas e outros. Nesses momentos, o olhar técnico patriarcal faz com que a mulher-mãe e a criança sejam percebidas como objetos materiais manipuláveis e por isso interferem nelas, furando bolsas, cortando períneos, deslocando bacias através de trancos, acelerando quimicamente o ‘motor do útero’ ou dilacerando ventres.
Os pequenos técnicos como os obstetras e os anestesistas, em sua singela ignorância intervem interrompendo os fluidos energéticos e cortando o campo magnético da mãe que está ligada initerruptamente ao campo magnético da criança. Esse corte se dá exatamente no momento em que os fluidos energéticos se apresentam em plenitude de seu desenvolvimento para o nascimento.
A gestante chega a sentir a dor perversa ventral que a prática civilizada do obstetra tem incutido na mente das gestantes modernas e que trouxe tanto dano a favor das mutilações pélvicas. Institucionalizou-se uma nova doença entre a gestante e o médico - a Iatrogenia Cultural, pelo choque de valores culturais, psíquicos e fisiológicos.
Desta maneira, foram criadas patologias que se mantem na atualidade e na ordem do dia - fantasias dramáticas preconceituosas sobre a dor do parto, estendendo-se essa doença social aos nascimentos naturais. É por isso que aparentemente as cesáreas são normais para elas.
As dores do parto preocupam fantasticamente as mama’es primíparas, as mama’es de primeira viagem, e isso faz com que desistam facilmente da transcendência energética e espiritual dos nascimentos naturais.
Só a educação eletromagnética do ventre feminino, da Pacas Mili e do Kheno da Pacas Mili, da medicina Kallawaya itinerante andina farão com que os fluxos energéticos dentro dos campos magnéticos dos nascimentos naturais se restabeleçam para um bem comum.