Tortura Obstétrica
Por que o delinquente acadêmico procede como carrasco?
Enquanto a coerção fria e os
tormentos desumanos são
praticados, suas falácias elegantes e
arrogantes fecham os olhos e
entopem os ouvidos das
meninas-mulheres, das
Mães d’Água e das mulheres-mães.
Ainda assim, quando a
civilização burocrática se
omite, é mil vezes mais abominável
porque essa omissão machista é mais
aterrorizante e hedionda que o
próprio tema do horror consciente civilizado.
Desde Hipócrates, as regras para a conduta éticamédica no mundo ocidental sempre foram teoricamente bem objetivadas. Diante da complexidade multiétnica, da confusão econômica, da tecnologia supervalorizada, do mundo globalizado, das guerras e das catástrofes naturais, o antigo juramento hipocrático deveria ser reavaliado, atualizado ou esquecido porque ele não condiz com a realidade.
Basta lembrar que nenhum dos juramentos euroindígenas foi cumprido em relação aos povos originários da Terra sem Males. Palavras e palavras, as quais foram levadas pelo vento, pois jamais impediram que as mulheres nativas fossem enlaçadas, violentadas e torturadas por haverem alcançado a sua transcendência, que o digam suas tataravós e suas avós. Então, como impedir que inúmeras meninas-mulheres, Mães d’Água e mulheres-mães civilizadas sejam submetidas a torturas obstétricas?
Em todos os estados brasileiros se tem notícias de práticas abomináveis, de tratamentos obstétricos cruéis e desumanos, porém, curiosamente, eles sempre deixaram de fazer parte dos processos judiciais. Hoje, parecem estar acordando dessa letargia civilizada. Talvez, mais tarde, quando a faca de dois gumes se voltar contra os burocratas e os médicos, se adotem medidas legais e práticas que compensem moralmente e economicamente as vítimas da tortura obstétrica. Nada nos impede sonhar com tal proeza.
Essa epidemia obstétrica envolve a profissão médica porque, sem dúvida, a educação, a formação médica e a tecnologia farmacológica colaboram para que o delinquente acadêmico proceda como um carrasco. Quando o(a) médico(a) colabora com a tortura obstétrica, impõe o terror ideológico e institucional.
O que motivam os maus tratos?
Algumas hipóteses:
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O(a) médico(a) impõe dores físicas às mulheres-mães que por uma causa ou outra sofreram abortos espontâneos ou provocados para não se sentir cúmplice do “assassinato” de uma “criança”.
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Usa seu conhecimento e seus materiais para que as “mulheres” de etnias diferenciadas aprendam a não ser criminosas e vagabundas!
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Porque interferem no “horário de descanso” do(a) médico(a) ao chegarem no hospital às 2 ou 3 horas da madrugada para serem atendidas.
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Porque treinam estagiários(as) para transformá-los(las) em repugnantes torturadores(as).
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Pelo custo benefício.
Por que as mulheres-mães não denunciam?
Algumas hipóteses:
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sentem-se culpadas e acham que devem pagar pelos seus ‘pecados’;
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o doutor é visto como um deus, como pai que pode puni-las;
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por medo, pois o carrasco acadêmico pode mais que elas; ele tem o poder acadêmico da escolha.
Por essas e por muitas outras razões as denúncias não são formalizadas. Hoje, mulheres-mães estão começando a mudar seus comportamentos e a vencer barreiras invisíveis.
7. Torturas físicas e psicológicas. Os maus tratos estão representados nas seguintes práticas distorcidas:
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tortura física: privação da anestesia para a realização de curetagem a sangue frio;
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tortura física: realização de Episiotomia sem o consentimento da mulher-mãe;
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tortura física calculada como as manobras distorcidas de Kristeller, com o uso das mãos, do joelho, do cotovelo, as quais podem provocar traumas no fígado, baço, etc;
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tortura psicológica: isolamento, separação, ameaças de denúncias, discriminação étnica, humilhações, incitamento de sentimento de culpa, vivências de desencadeamento de emoções de angústia, vulnerabilidade, ansiedade;
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pressão psicológica: recorre-se amplamente às macabras manobras distorcidas de Kristeller na presença de outras mulheres como enfermeiras obstetras, assistentes. Para complementar essa brutalidade, separam as Mães d’Águas de suas crianças, gerando dor e transtorno.
Tipos de procedimentos obstétricos
É bastante óbvio que o problema desse prazer confuso e ambíguo merece mais reflexão e precisa de concentrados esforços para investigações. De modo geral, é possível detectar dois tipos de torturadores:
- o tipo ventral
- o tipo períneo-genital
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O tipo ventral
Este grupo está representado tipicamente por obstetras eloquentes. Suas falácias elegantes e arrogantemente autoritárias despertam convencimento nas mulheres-mães (ver: Tortura Psicológica) para a realização de cesáreas, cirurgias abomináveis, sem nenhuma necessidade fisiológica e de outros movimentos anulatórios na área diafragmática.
Primeiro, levam as futuras mulheres-mães ao desespero, ao limite de uma regressão infantil. A exteriorização da fraqueza e da fragilidade materna cria condições favoráveis para sua covarde manipulação, tendo em mente a questão custo-benefício. Nessa regressão sádico-ventral-diafragmática, os técnicos medíocres se sobressaem por sua conduta agressiva - amedrontam, atemorizam, intimidam e quebram a identidade materna.
A anulação da mulher-mãe na área diafragmática se realiza através das manobras distorcidas de Kristeller - movimentos bruscos com os cotovelos, joelhadas, murros no ventre, explosões de cólera e ofensas verbais.
O recheio desses ataques de brutalidade são sempre os insultos, os quais sempre se vinculam com a origem étnica da Mãe d’Água e da mulher-mãe, considerada “inferior” à do delinquente acadêmico.
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O tipo períneo-genital
O toque genital e o corte no períneo
“Vou-me divertir com as mulheres” – é uma expressão comum entre os estudantes de medicina quando partem para a especialização em ginecologia.
Examinemos um tipo diferente de torturador-estuprador. A sua conduta sádica se associa, em geral, à área períneo-genital. Sua conduta sádica se caracteriza, principalmente, por sua crueldade prazerosa. Surge com perfil autoconfiante como um semideus.
É totalmente frio ao realizar o toque vaginal, não demostra nenhuma angústia quando age em prol do seu sádico prazer. Num segundo momento, para poder descarregar completamente sua agressividade, pensa não arriscar nada ao rasgar o períneo da mulher-mãe, principalmente se ela é primípara. Aferra-se aos signos visíveis de seu status, o jaleco branco e a instituição.
Ele tem um grupo de colegas que participam, em fase de treinamento ou profissionalmente, de estupros ou violações coletivas. São brutais e brincalhões com os órgãos sexuais femininos, proferindo uma série de palavras obscenas com conotações sexuais ou carícias sexuais.
Reich (1926) já descrevia que “a jactância fálica se observa com mais frequência em aqueles que tratam de lutar contra uma intensa angústia de castração, mediante a acentuação de alguns objetivos fálicos...”. Neste caso, vão atacando agressivamente o genital demostrando sua autoridade para a castração.
Criam uma conduta abertamente agressiva e sádica, empregam dedos e bisturis para rasgar vaginas, bolsas d’água e períneos sem consultar a mulher-mãe.
Preeminência vaginal
As mulheres-mães se transformam em “presas” frágeis, indefesas quando o assunto é o ‘amor maternal’. Os obstetras delinquentes são torturadores covardes e fracos porque não tem em sua frente um ‘inimigo’ forte que lute de igual para igual.
Acomodando a vítima em posição ventral, as torturas se dirigem à vagina, pois eles possuem a informação de que ela é um órgão muito sensível. Seu instrumento favorito para as práticas sádicas é a extensão de seu próprio corpo, seus dedos.
Manipulada a vagina, não ficam rastros. A tortura, o suplício pode se repetir o quanto ele ou eles quiserem. Sua única reação cruel é a de que a mulher-mãe será a única prejudicada, ele(s) não.
Através do ‘toque sensual’, todo o corpo se contrai e entra em total cadência. As nossas entrevistadas revelaram que foram intimidadas e submetidas a ‘lavagens cerebrais’ para, então, sofrerem torturas na vagina.
A cultura, a energia e a espiritualidade do ventre feminino, nestas circunstâncias, estariam a serviço do ‘amor maternal’ e não a serviço da crueldade, da intervenção, do castigo e da vingança sádica do agressor obstetra.