Delinquência Juvenil
A delinquência juvenil tem sua origem nas diferenças sociais e é distinta daquela que nasce dos transtornos culturais. Por que os adolescentes cosmopolitas se transformaram nos principais protagonistas de artífices de delitos? Por que a delinquência juvenil só acende e arde?
Evidentemente as causas que originam este fenômeno antissocial são questionáveis. Pode-se deduzir e notar os seguintes fenômenos: motivos políticos e econômicos, educação inadequada no lar, sistema educacional falida, fatores fisiológicos, energéticos, psicológicos, biológicos e preconceito da cultura dos povos originários.
Através de atitudes e hábitos displicentes se inverteram os VALORES do correto e do errôneo. O estado ideológico, o sistema de ideias, se encontra à margem do caos por não saber lidar com seus acertos e seus desacertos.
Nesses anos psicossocialmente caóticos, desde a subjugação colonial, o individualismo, o materialismo e a anarquia adquiriram um desenvolvimento maligno. As ‘relações humanas’ se encontram excessivamente transtornadas e tensas, violentas e truculentas. Chegou-se ao extremo que estudantes de medicina foram estupradas pelos próprios colegas na Universidade de São Paulo, USP. Isso vai criando uma grande quantidade de adolescentes desorientados, angustiados, insociáveis, carentes de conhecimentos, órfãos de valores sadios e carentes da cultura e da educação tradicional, conduzindo-os até ao extremo do suicídio. Eles admitem, que é melhor morrer bebendo álcool, que de tédio.
Todas as instituições civilizadas fracassaram. O caos, os resíduos e os detritos dos massacres da colonização, a atitude arrogante dos euroíndios perante os povos originários, a escravidão, a ditadura e o capitalismo desenfreado estão reaparecendo nos comportamentos dos delinquentes juvenis e nos adultos. Perante o caos, muitos dirigentes políticos se aproveitam da situação e de sua posição política para conquistar privilégios e benefícios privados.
Tais condimentos políticos servirão ainda mais para ensombrecer as atitudes desenfreadas dos e das jovens, produzindo-lhes suspeitas, descontentamento, raiva, vacilações e desconfiança. Quando um jovem desiludido percebe essas atrocidades dos adultos impregnados de poderes políticos malignos, que RESPEITO e limites, ele ou ela vão ter em relação às regras da LEI dos civilizados? É por isso que muitos adolescentes se incrementaram com um notável ânimo de mentalidades antissociais, fatíveis de se converter nos fundamentos da delinquência e da violação das leis contemporâneas.
Os desacertos da educação prejudicam em muito a iniciativa dos maestros e das maestrinas do ensino e no desejo de estudar dos alunos e das alunas. O sistema de ensino obrigatório tem sido aplicado na prática como planejado, a dissociação mental, em relação à ‘passagem continuada’ seria a meta. Esse sistema truculento e religiosamente falido tem causado e deixado sequelas psicossociais irreconciliáveis entre o(a) pupilo(a) e o mestre, e mais maligno é ainda o banimento e abandono escolar das suas alunas e dos seus alunos.
A criança que abdica do ensino escolar, primeiro, é abandonada do âmbito familiar, vaga pelas ruas ignorada pela sociedade, procurando o que fazer; assim, encontrará pessoas retardadas que as conduzirão a possíveis vícios, às drogas, ao álcool, à comissão de atos delitivos, à prostituição, a assaltos, às abordagens e aos latrocínios.
A influência dos tutores dentro do ambiente familiar são requisitos importantes para a fundamentação e para a alteração dos valores práticos da estrutura familiar. A estrutura da comunidade e do lar tem sofrido várias mudanças na era capitalista: os tutores saem ao alvorecer para trabalhar e retornam ao anoitecer, não tendo, assim, tempo e nem forças para atender a sua prole. Isso colabora para o desalento da disfunção familiar automatizada na educação e na comunicação.
A formação escolar e social, por sua parte, não possui sentimentos e nem técnicas suficientes, nem tempo e nem forças para preencher tais deficiências sentimentais e educativas do lar. Ao regressar da escola, as crianças não encontram ninguém que os receba com amor, os atenda carinhosamente e lhes de ajuda nos estudos, não sabem a quem buscar para solucionar seus problemas ou para pelo menos por em dia suas descobertas sentimentais, intelectuais e curiosidades.
Nesses lares obscuros, vazios e frios, computadores e celulares não são muito atraentes para as crianças, pois os aparelhos não lhes dão sentimento e calor humano. Assim, essas crianças ficam abandonadas a sua sorte e se tornam objetos fáceis da influência antissocial.
Outro problema, que de nenhuma maneira se deve menosprezar, é a separação do casal e a incursão de familiares déspotas nos lares e em outras situações, trazendo um amplo retrocesso na educação do(a) adolescente. A morte de um dos progenitores, o abandono das crianças e outros motivos produzem uma tendência ao notável aumento de lares deficientes.
Os aumentos de lares deficientes destroem a função e os papéis dos progenitores no lar. Essas deficiências ‘injustas’ para os adolescentes distorcem seu mundo psicossocial, criando lentamente um caráter de indiferença, de solidão. Alguns, na tentativa de se reconstruir no meio de semelhantes sofrimentos, procuram nas ruas um consolo, uma amizade que lhes proporcione sentimento e compreensão humana. Porém, dependendo do impacto de fatores benignos ou malignos que receberem poderão se inclinar facilmente ao caminho delitivo.
A atitude displicente dos tutores de oferecer excessiva proteção econômica aos adolescentes por medo de errar acaba por semear um futuro de muita frustração para a(o) jovem adolescente.
A excessiva indulgência e os mimos que se manifestam no lar, pai e mãe cegos e obedientes em tudo aos jovens adolescentes, atentos aos menores sinais de insatisfação, tentando satisfazê-los em todas suas excessivas demandas, convencidos de que ganharão assim seu carinho, sua atenção e seu respeito. Semelhantes tutores são indulgentes para com os erros e atos indevidos dos adolescentes. Alguns tutores, inclusive, encobrem atitudes frustrantes e errôneas dos adolescentes sem lhes dar a devida correção, orientação e educação.
Não semeiam e nem cultivam a reciprocidade, o amor, a solidariedade, a disciplina no trabalho e dedicação aos estudos. Os maus tutores estimulam os seus adolescentes a receberem gostosamente os serviços que lhes concedem segundo o “bom costume”: comida pronta, roupa lavada e passada, dinheiro para as suas diversões, sem cobrar nada em troca.
Forma-se e alimenta-se a preguiça. Alguns abusam de seu poder e de suas relações para doar aos adolescentes uma ilusão, um “destino cheio de brilhantes”, carros e viagens.
Não querem e nem desejam que os adolescentes ganhem sua posição na sociedade através de seus próprios esforços. Esse método errôneo de preparação para a vida cria uma consequência extremadamente grave, pois, fazem com que os adolescentes obtenham uma personalidade arrogante, despótica, autoritária, egoísta, ambiciosa, porém, faltos de capacidade para se tornarem independentes, experientes e incapazes de integrar-se e acomodar-se às circunstâncias sociais contemporâneas.
Criar uma criança dando-lhe mimos excessivos, sem regras e sem limites necessários para educar acaba convertendo-a numa pessoa aterrorizante. Num lar em que a reciprocidade e a solidariedade são banidas, gera-se um ‘humano horrendo’ com grande poder de agressividade e destruição.
Há progenitores que se inclinam ao desfrute pessoal, possuem uma curta visão da sua realidade, se preocupam unicamente com seus interesses imediatos e econômicos, inclusive fazem com que adolescentes e menores abandonem a escola. Nesses casos, com frequência, os adolescentes se isolam, manifestam melancolia e descontrole. Como não recebem aconchego no lar, os adolescentes em tais situações acabam por buscar um apoio desumano na sociedade. Os tutores indiferentes não percebem o mal que cometem.
Por isso e por outras, temos elaborado este pequeno trabalho direcionado aos progenitores e às (aos) adolescentes para que sirva como um guia de prevenção e de cultura. Desejamos que através desta leitura reflexionem e busquem no futuro a satisfação no amor e o prazer de viver e não somente o de sobreviver.